Os Urbanitas

Nada de "mais". Só um lugar pra falar mais rapidamente sobre as novidades em cultura urbana. E, claro, cibernética, também.

31.8.08

Claude Lévi-Strauss : Fotografia : Coleções preservadas : Pesquisa

Conjunto de 44 negativos originais da cidade de São Paulo, produzidos pelo antropólogo francês nascido na Bélgica Claude Lévi-Strauss entre os anos 1935 e 1937, quando residiu no Brasil lecionando e contribuindo para a consolidação da recém inaugurada Universidade de São Paulo. As imagens registram os primórdios do processo de metropolização da cidade.
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Claude Lévi-Strauss vai fazer 100 anos em Novembro

 

Hilan Bensusan
Professor adjunto da Universidade de Brasília,
Departamento de Filosofia,
doutor pela University of Sussex

Viver cem anos e ver tudo mudar. Lévi-Strauss ficou associado a uma movimentação em direção a um estruturalismo total – que permeou gente como Jean-Pierre Vernant, Jacques Lacan, Pierre Bourdieu, Luc de Heusch e, em certa medida, Michel Foucault – que tentava transpor, para além dos limites das diferenças na linguagem, o que Saussure tentara fazer. Tratava-se de procurar estruturas. Estruturas são padrões capazes de invadir fronteiras – por exemplo, aquelas estabelecidas em um tempo pré-estruturalista no ocidente. Fronteiras como civilizado-selvagem, humano-animal, escrito-gesticulado, sujeito-assujeitado, real-imaginário.

 
Lévi-Strauss não faz demolição de estruturas. Seu trabalho é o de um escavador, um garimpeiro. Seu trabalho etnográfico é o seu manifesto político acerca de como viver: veio ao Brasil em 1935 e ficou três anos colando e costurando mitos. Seu Tristes Tropiques virou então um manual de etnologia e sua etnologia virou um acento de pensamento, ou um lugar onde colocar o pensamento.


A política de Lévi-Strauss estava na prática etnológica. Nisso também ele contrastou com Sartre. Como disse Bourdieu uma vez, a política de Sartre era a do pensamento amplo com vocação para o que tem grande significado macroscópico enquanto a política de Lévi-Strauss estava no detalhe, na escolha do seu objeto. Para Bourdieu, a etnologia de Lévi-Strauss é um enorme manifesto anti-racista.


Na França, o estruturalismo foi uma marca de barômetro de muitos ventos no século XX ocidental; uma maneira de ver como a vida gradativamente se transformou desde 1908. Às vezes descrevemos os tempos depois de 1968 como pós-estruturalistas. E o pós-estruturalismo em filosofia foi um impacto: o impacto de Lévi-Strauss contra Sartre, das estruturas contra o sujeito, dos padrões supra-humanos versus as situações históricas, da morte do homem em contraste com o caráter sui generis da existência humana.


La Pensée Sauvage, em certo sentido, inaugurou os tempos pós-estruturalistas construindo uma polêmica com o sujeito a partir da etnologia. O estruturalismo foi um divisor de águas: pós-estruturalista é o pensamento que não começa no sujeito humano. Pós-estruturalista ficou uma parte do pensamento, por exemplo, na França, nos Estados Unidos e no Brasil depois de 68.


Pós-estruturalista significa muita coisa; ou apenas uma: ter sido afetado pela idéia de estruturas para além da civilização, para além do sujeito, para além do humano. Virou desconstrução, se entrelaçou com Nietzsche, procurou outras formas de textualidade.


Em alguns anos o cenário filosófico na França já parecia estar meio século distante da fenomenologia e do existencialismo dos tempos de L'être et le néant de Sartre. A picada estruturalista provocou um arrebatamento da imaginação filosófica para todos os lados: Derrida, Irigaray, Badiou, Guattari, Kristeva, Deleuze. Parece que o estruturalismo existiu para inaugurar outro continente.


Jorge ANTUNES
 http://port.pravda.ru/sociedade/cultura/16-08-2008/23995-levistrauss-0

29.8.08

YouTube - Inclusão

YouTube - Inclusão

A vida é mais difícil num mundo não preparado para receber a todos...

23.8.08

Vitruvius / Minha Cidade

CURITIBA - PARANÁ

"Percebe-se que nem mesmo um histórico de bom planejamento urbano (em 2008 completam-se 65 anos do Plano Agache, primeiro plano urbano elaborado para Curitiba) e de sucessivas boas administrações públicas tem conseguido vencer a batalha contra a progressiva deterioração da qualidade urbana que atinge as regiões metropolitanas brasileiras, a qual Curitiba não está imune. Pergunta-se, então, até que ponto o planejamento urbano, mesmo sendo de qualidade, consegue ser eficaz no controle de um crescimento urbano contínuo e socialmente desequilibrado. Curitiba ainda é um oásis no meio do caos urbano progressivo das grandes metrópoles do terceiro mundo (2), a maior parte delas abandonada pelo planejamento urbano, a não ser nas suas porções urbanas rentáveis para o capital imobiliário. O descrédito com o planejamento foi resultado de reiterados fracassos de planos urbanos que tinham a intenção de planejar a cidade de forma integrada, coisa que Curitiba conseguiu fazer e bem. Mas será que a menina dos olhos do urbanismo sustentável está começando a perder o viço, desfazendo de vez as ilusões redentoras do planejamento urbano que suas eficientes soluções urbanas trataram de ressuscitar a partir das décadas de 1970/80? Ou a cidade conseguirá contornar a crise que se avizinha e novamente mostrar ao país e ao mundo soluções inovadoras em urbanismo?"

Vitruvius / Minha Cidade

20.8.08

Recomendo

Recomendo a leitura do ótimo post/artigo da antropóloga Rosana Pinheiro Machado:
"Proibido escarrar": Corpo e higiene na China dos jogos olímpicos

11.8.08

II Colóquio Festas e Sociabilidades - 3º informativo


II Colóquio Festas e Sociabilidades
Dias 10, 11 e 12 de setembro de 2008
Local: Natal (UFRN)

ATENÇÃO:
PRORROGADO O PRAZO PARA INSCRIÇÃO DE RESUMOS NOS GRUPOS DE TRABALHO

Envio das propostas aos coordenadores dos GT´s: até 17 de agosto de 2008

MAIS INFORMAÇÕES:

www.cchla.ufrn.br/2festas ou pelo mail: cirs@cchla.ufrn.br

7.8.08

Debates do Núcleo de Estudos da Religião (NER)


O Núcleo de Estudos da Religião (NER), integrado ao Programa de
Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, é hoje uma referência nacional na área dos estudos da
religião, tendo em seu periódico, Debates do NER, um importante
veículo de divulgação dos resultados das pesquisas realizadas por seus
membros e de intercâmbio com outros núcleos no país e no exterior. Com
o objetivo de compartilhar nosso periódico com outros pesquisadores da
antropologia da religião e interessados, o disponibilizamos em sua
vesão digital através do site
http://www.seer.ufrgs.br/index.php/debatesdoner/index